segunda-feira, 30 de novembro de 2009

NOVELA SEM CAPITULO II

DECENTEMENTE REBELDE



Às vezes aos domingos quando todos deveriam estar em suas camas dormindo a menina acordava mais cedo, para tentar encontrar seus pais antes que eles busquem seus afazeres e prazeres diários, muitas vezes eles nem a percebiam, era como um fantasma adolescente que vivia na penumbra daquela mansão antiga.



O Jardim repleto de flores silvestres davam um ar retrô ao casarão que pertenceu aos bisavós de Carolina, os muros gradeados e o caminho até um pequeno pomar lembravam mais um retrato velho de uma vida passada do que o lar da menina que quase não sorria.


Durante as tardes de Domingo quando a empregada Martha chegava de sua casa, ela dava atenção a Carol, mas logo tinha que parar para preparar o jantar e ajeitar as coisas até os senhores voltarem de seus clubes, “deixe eu ir, logo eles chegam e tenho que aprontar o jantar de vocês” mas Matha sabia que o jantar era somente dela.


A pequena Alice não estava indo na casa de Carol nas ultimas semanas por que estava cuidando dos filhos dos seus dois irmãos, a tarde elas costumavam se reunir na saída do colégio de Carol que ficava localizado na mesma rua da escola de Alice.


Um era privado e outro municipal, mas nada separava o encontro das duas. Sorrisos soltos gargalhadas e zoações, as mesmas compartilhavam olhares e segredos e suas amigas eram totalmente avessas a essa amizade homogênea.




quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Temporada da Novela sem Capitulo


Amigas a novela sem capítulo funciona assim, eu posto centenas de estórias inacabadas sobre pessoas inexistentes, coisas que eu faria completamente se fosse capaz de terminar um dos 7 livros que comecei a escrever e jamais terminei.

Vira e "mexe" eu "mexo" em algum, completo uma história, corto uma palavra e outra e me coloco na minha outra metade intelectual.


Este é um dos trechos que mais gosto:

Capítulo 1
SOBRE A MENINA QUE ESTÁ SEMPRE VESTIDA PARA JANTAR

A Maior bossa de Carolina era andar sozinha pelo salão de seu lindo apartamento em Copacabana, sempre sozinha e muito respeitada pelo seus empregados, alias educação jamais lhe faltava,jantares e reuniões com os amigos dos seus pais e seus respectivos filhos, frutos de uma panelinha da alta sociedade carioca. E era muito interessante como às vezes tudo se tornava apático.



As roupas mais lindas, os cabelos mais ousados e caríssimos carros contornavam a vida da adolescente que sabia que suas preocupações se resumiam em roupas, provas de matemática e nas festa de sábado.


Marta a empregada fiel que cuidava de Carol desde de seu nascimento deu a mesma mais do que carinho que os seus pais não davam, deu de presente para ela Alice, sua filha.


Alice era o único ponto onde Carol sentia realmente viva, Alice sorria, Gritava e dançava loucamente...ela não precisava gostar da Carol e a Carol não precisaria gostar dela.

Uma amizade baseada em sentimentos fraternais, divididas apenas pelas ladeiras da favela de Alice e o condomínio da Carol.


Carol não costumava reclamar da Vida, mas tinha certeza que seus sentimentos de solidão eram percebíveis pela sua família, mas eles não se importavam, alias ela estudava no melhor colégio, tinha os melhores amigos e desenvolvia os melhores atributos artísticos.


Ela era tudo, menos a filha.