POR QUE AS PESSOAS NÃO AMAM

Ela não sabia do que se tratava e sentia falta de algum respirar e todo orgulho que ela havia perdido, havia voltado com um peso maior, como um tijolo em um buraco de cimento que agora, era seu vazio coração.

O amor sempre lhe corria em pensamentos como uma coisa boa, sempre demonstrava firmeza e sagacidade ao se imaginar amando e foi assim com suas histórias sempre incompletas que ela acreditou que havia chegado o momento e foi daí, que junto às sentimentalidades que a mesma nunca havia experimentado ela se viu completamente apaixonada.


Já não havia como mentir, já não havia para onde fugir apenas uma vontade incansada de ver e de tocar por um segundo a intensidade daquele sentimento que fazem até estas linhas transpirarem de emoção.

E podia perceber-se tudo, olhares de contemplações, sorrisos de embaraço e abraços acolhedores, mas ainda lhe fazia falta a certeza, a certeza que só se mostrava em beijos, onde os corpos poderiam se encontrar e aqueles segundos se eternizavam em milhões de pequenas esperanças.

E foi assim que o tempo mostrou que nem todas as sensações foram recíprocas, nem todos os olhares eram de contemplação e que os abraços eram apenas estímulos falsos de uma alma perdida.

Mais ainda perseverou e reencontrou se só novamente e nada mais daquelas sentimentalidades e sim um buraco que se formou em seu coração e cada lembrança se tornava como uma gota de chuva ácida que corroia cada vez mais suas esperanças.

E a dor que parecia perene em sua vida aos poucos foi acalentada como silêncio, apagar as lembranças e fechar os olhos a qualquer esperança foi uma saída encontrada para amenizar o tormento de ser deixada, de ser traída e de ser enganada por si mesmo.

Porém depois de tudo, ainda sente como se não existisse nada dentro de si, não se lembra o por que da dor e olhando para longe depois de ter se livrado das correntes das sensações e dos pensamentos que aprisionam os corações, teria coragem de fazer tudo de novo, mas talvez seja tarde demais por que acostumou-se a estar só e não acredita que tenha força para amar de novo.